Joseval Peixoto: Quem sabe daqui a alguns milênios o homem poderá caminhar livremente pelo mundo 506x2r

  • Por Jovem Pan
  • 16/11/2018 10h06
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EFE Donald Trump tem tratado a questão de forma incendiária. “America first”. O resto não existe

Cada dia vai ficando mais perigosa a situação dos migrantes da América Central que, cruzando o solo mexicano, se aproximam da fronteira dos Estados Unidos.

Donald Trump tem tratado a questão de forma incendiária. “America first”. O resto não existe.

Mas o resto – e tragicamente aquilo é mesmo um resto de humanidade, que busca uma chance de sobreviver, dentro do desespero em que se encontram na própria vida.

Aliás, a tragédia é muito maior. Não atinge apenas os centro-americanos, mas também grande parte da África, Arábia e o centro da Europa.

São milhares de famílias que tentam cruzar o Mediterrâneo e naufragam no meio do caminho.

A estatística é dramática. Quase 20% da humanidade a fome. Mais de um bilhão de seres humanos, perambulam pelo mundo, porque vivem abaixo do nível da miséria, como proclamam as macabras estatísticas da migração.

Jean Paul Sartre, prefaciando o livro “O Estrangeiro”, de Albert Camus, profetizou que todos nós somos estrangeiros nesse mundo. Estamos de agem, e que só as árvores têm raízes no planeta. E só as pedras são eternas.

Talvez seja essa, diz Sartre, a fonte de toda a angústia do homem: somos simples ageiros neste mundo.

No poema “Esta Vida”, clama Guilherme de Almeida: “oh mocidade. És relâmpago ao pé da eternidade”.

E aqui existimos, presos ao solo onde nascemos, porque as fronteiras do mundo estão fechadas. Exercer o direito de ir e vir, sem ser barrado nas divisas do universo, ainda é uma fantasia.

Quem sabe daqui a alguns milênios o homem poderá caminhar livremente pelo mundo. E, se por acaso, algum estúpido funcionário de alfândega quiser nos obstar a caminhada, responderemos sorrindo:

“Que que é isso, irmão.

Vou entrar nesse país.

Esse planeta é meu”.

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