Eleição do novo papa não avança e fumaça preta é vista no segundo dia de conclave 5b634b
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Sinal indica que nenhum dos candidatos atingiu os dois terços exigidos dos votos dos cardeais para ser eleito

Uma fumaça preta foi vista saindo da chaminé da Capela Sistina na manhã desta quinta-feira (8), sinalizando que os cardeais ainda não chegaram a um acordo para eleger o novo papa. A cor escura da fumaça indica que nenhum dos candidatos alcançou os dois terços necessários — ou seja, 89 votos — para ser escolhido.
No entanto, há ainda a possibilidade de novas sinalizações hoje: às 12h30, caso haja uma decisão e a fumaça seja branca, e às 14h, em caso de nova votação sem consenso (horários de Brasília). As milhares de pessoas reunidas ao meio-dia (7h00 de Brasília) na Praça de São Pedro receberam com aplausos e decepção a segunda fumaça preta do conclave, depois da primeira votação na quarta-feira. Os cardeais devem votar novamente à tarde para escolher o sucessor de Francisco.
Os dois últimos conclaves, que resultaram nas eleições de Bento XVI em 2005 e do primeiro papa latino-americano em 2013, terminaram em apenas dois dias, com quatro e cinco rodadas de votação respectivamente. Mas desta vez a decisão dos cardeais, guiados segundo a tradição pelo Espírito Santo, parece mais complicada. O pontificado de Jorge Mario Bergoglio gerou divisões consideráveis dentro da Igreja. O argentino criou quase 80% dos cardeais eleitores, mas agora os “bergoglistas”, que defendem uma visão mais aberta da Igreja, e os conservadores precisam chegar a um acordo para a eleição do 267º pontífice.
Quase 50 mil pessoas assistiram à primeira fumaça preta na noite de quarta-feira na Praça de São Pedro e seus arredores. Milhares retornaram nesta quinta-feira, em um dia ensolarado de primavera (hemisfério norte). O sigilo domina o rito tradicional, que acontece a portas fechadas na Capela Sistina. Os “príncipes da Igreja” permanecem isolados e incomunicáveis, e juram manter segredo sobre a eleição.
O conclave é alvo de especulações sobre as “intrigas cardinalícias”, como destacou o jornal La Stampa, que levarão à eleição do líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos no mundo. A Capela Sistina não será um espaço para discursos, debates e negociações. As interações acontecem durante as refeições ou reuniões na residência Santa Marta e outras dependências do Vaticano. Embora o grande favorito no início do conclave fosse o italiano Pietro Parolin, que foi o número dois de Francisco durante seu pontificado, a imprensa italiana apontou nesta quinta-feira outros nomes em ascensão.
O grupo inclui o filipino Pablo Virgilio David, que em caso de eleição seria o primeiro papa asiático, além dos espanhóis Cristóbal López Romero e Ángel Fernández Artime. O decano do colégio cardinalício, Giovanni Battista Re, pediu na quarta-feira aos cardeais que mantenham “a unidade da Igreja”, em um momento “tão difícil e complexo da história”. Como demonstração da solenidade e complexidade da eleição, os cardeais escrevem o nome de seu candidato, dobram sua cédula e a colocam em um prato de prata, diante do afresco do Juízo Final de Michelangelo.
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Assista a cobertura completa da Jovem Pan News sobre o conclave: 1i16b
*Com AFP
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